Panmela Castro | Museu da República

Vidas transformadas em arte. Assim começa o processo de criação de “Retratos Relatos”, exposição inédita da artista visual e ativista social carioca Panmela Castro.  A partir do dia 07 de março (véspera do Dia Internacional da Mulher), a artista que ganhou o mundo através do grafite e sua luta pelo fim da violência contra a mulher mostra agora ao público sua antiga paixão pelos portraits, reunindo no Museu da República, no Rio, 15 retratos inspirados em relatos reais de mulheres de todo o Brasil. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra fica em cartaz até 31 de maio. A abertura vai contar com uma performance no salão nobre aberta ao público.

Motivada pela repercussão de um suposto caso de abuso que veio a público envolvendo uma jovem e um jogador de futebol, Panmela postou nas redes sociais uma experiência que havia vivenciado anos atrás e convidou outras mulheres a dividirem suas histórias. A resposta foi tão grande que Panmela, premiada internacionalmente pelo seu ativismo social frente a ONG Rede Nami, resolveu transformar os relatos em um projeto artístico. Durante todo o ano de 2019, a artista recebeu via email historias de mulheres de todas as partes do país, acompanhadas por selfies. Cada relato foi transformado num portrait, inspirado não só pela imagem da autora como na temática da narrativa.

Ao todo, a artista pintou cerca de 40 retratos dos quais 15 foram selecionados pela curadora para a exposição. Cada pintura vem acompanhada do texto na íntegra, tal qual foi escrito, sem que o nome seja revelado. Apesar de não ter estipulado o teor dos relatos, na sua maioria, as histórias falam de violência e abuso contra a mulher. Palavras como dor, violência, abuso e tristeza definem na sua maioria as histórias contadas, porém, muitas delas com desfechos positivos de resiliência, coragem e superação por parte das vitimas.

Artisticamente, o público terá a oportunidade de ver uma faceta pouco explorada por Panmela até então: os portraits. A forma de pintar ganha estética abstrata, com traços leves e soltos possibilitando que as retratadas se reconheçam na tela, sem, no entanto, ter sua identidade revelada.

PROGRAMAÇÃO – para marcar a abertura, dia 7 de março, Panmela fará uma performance artística no salão nobre do museu, entre 16h30 e 17h30. O público está convidado a vir com seu melhor traje para participar de um grande baile de valsa ao lado da artista. Ao longo do mês de abril, serão promovidas algumas atividades gratuitas, tais como, uma tarde de pintura ao vivo com Panmela no jardim e uma oficina de autoretrato no espaço educativo do Museu da República. Para completar, será promovido um debate com algumas das mulheres

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