O eu é um outro | Galeria Lume

@ricardotakamura

No início da pandemia, em março de 2020, a Galeria Lume pensou uma ação para fomentar a produção artística e estimular a criatividade em tempos de isolamento social. Pessoas de diversas idades, histórias e regiões participaram do concurso Quarentena com Lume, promovido por meio do Instagram ( @galerialume), em duas etapas, com fotografias e vídeos a partir da hashtag #isoladosmasnuncasozinhos. Uma seleção destas obras poderá ser vista em O eu é um outro, exposição em cartaz a partir de 11 de fevereiro no Anexo Lume, espaço da Galeria Lume voltado a produções experimentais e mostras de curta duração.

Na primeira fase do concurso, cujo foco foi a linguagem fotográfica com a temática Confinamento compartilhado, o júri composto pelo fotógrafo Julio Bittencourt e a equipe da Galeria Lume elegeu registros feitos pelo designer paulistano Kleber Fernandes da Cruz (@quarantinewindow); o fotógrafo de paisagem e natureza de São José dos Campos, Ricardo Takamura (@ricardotakamura); e o fotógrafo brasiliense Fred Schueler (@fredschueler). Além de participar da mostra, o trio ganhou fotografias da série Plethora (60 x 56,5), de Bittencourt.

“Além das ótimas fotografias premiadas que foram praticamente um consenso entre nós jurados, fossem elas bem humoradas, outrora tristes e porque não às vezes loucas, as fotos da ’Quarentena com Lume’ nos deram uma oportunidade de lembrar do poder da fotografia como um meio de se conectar com você mesmo, com o outro ou com o mundo à sua volta”, explica Julio Bittencourt.

A segunda etapa, com foco em vídeos, teve como mote Nós, o outro, o distante…, com júri composto pelo diretor de cinema Renato Amoroso, o artista Gal Oppido e o comitê da Lume. Os vencedores são o professor de história e fotógrafo de Olinda, Caio Danyalgil (@caio_danyalgil); o fotógrafo e design gráfico paulistano Fernando Vianna (@fernandovianna_foto); e o coletivo de São Paulo, Zanella e Juliana (@zaniz). Como parte da premiação, todos receberam uma obra de Gal Oppido, além de compor a exposição.

“O eu é um outro explora a compreensão do outro como fundamental ao equilibro do autocuidado e do olhar às novas convivências. Ao afirmar que o eu é um outro, questiona-se o princípio da identidade como relação de igualdade absoluta e trata o ‘eu’ como um universo desconhecido em cada ser. Este olhar permite ser o outro sem contradições, como uma condição intrínseca ao modo de ser que conjuga em si o seu contrário”, reflete Paulo Kassab Júnior, sócio-diretor da Galeria.

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