A observação do mundo que a cerca – e sua posterior ressignificação por meio da arte – é recorrente na obra da artista visual Nydia Negromonte, que apresenta uma exposição inédita na Galeria de Arte do Centro Cultural Unimed-BH Minas. A mostra “Desenhos são como sementes debaixo de tudo” tem curadoria de Mariana Leme e foi pensada especialmente para o espaço. A visitação acontece até 24/11 e tem entrada gratuita.
Partindo de uma série de livros didáticos chamada O pequeno cientista, Nydia revisita materiais, procedimentos e trabalhos que vem realizando desde os anos 1990. Neste processo, propõe uma interlocução tanto com seu próprio trabalho, quanto com o espectador. Para a curadora da exposição, “as mudanças que virão são impossíveis de serem antecipadas por completo; os desenhos estão debaixo de tudo, à espera”.
Na exposição no Minas, o visitante poderá notar que em todos os trabalhos há um ponto em comum: a curiosidade e a investigação do mundo por meio do desenho. “Trata-se de uma concepção alargada de desenho, que, nesse caso, é muito mais que um recurso gráfico: desenho como devir, um processo lento em que os elementos que são postos em contato acabam se transformando mutuamente. Pode ser a incisão de uma sombra, a desidratação de hortaliças, um animal que se move, fotografias que são reconfiguradas pelo recorte e, por consequência, sua própria história, em retrospecto”, explica a curadora.
O espectador que se depara com a obra de Nydia é convidado a vislumbrar o mundo como ela o faz, com interesse. “Na exposição, todas as obras — assim como todas as coisas do mundo — estabelecem uma relação entre si e também entre elas e o público. A depender do interesse de cada um, novas camadas de sentido poderão se desvelar, sem que haja uma mensagem fechada, inequívoca”, conta Mariana.