A renda e a chita entrelaçam tempos e continentes. Elas vestem nossas histórias ao tecer uma trama que se situa entre o pessoal e o coletivo. A exposição “Nó – o enlace da renda e da chita na Casa Fiat de Cultura” celebra a diversidade e a riqueza das influências culturais que formam a identidade brasileira. Numa realização conjunta entre a Casa Fiat de Cultura e o Museu A CASA do Objeto Brasileiro, e parceria com a Escola de Design da UEMG, a mostra tem o objetivo de valorizar o legado ancestral que permeia esses tecidos, destacando o diálogo entre o design e o artesanal. São 25 modelos de renda e chita criados por renomados estilistas brasileiros de diversas gerações como Ronaldo Fraga, Graça Ottoni, Renato Loureiro, Dudu Bertholini, Glória Coelho, Zuzu Angel, Lino Villaventura, Luiz Cláudio, além de nomes que mostram a força e a vivacidade da nova geração como Criola e Aislan Batista. Com curadoria de Carolina Bicalho, Renata Mellão, Silvia Fernandes e Sonia Kiss, a mostra enfatiza a pluralidade cultural do país e a valorização da tradição popular e do que transforma o comum em extraordinário. A exposição é inédita e apresenta peças feitas especialmente para a mostra, como é o caso dos modelos exibidos por estilistas mineiros e a obra da artista Ana Vaz.
A exposição estará dividida em quatro núcleos que propõem reflexões sobre a importância da moda e dos saberes ancestrais na construção da identidade brasileira. “A trama de todos nós” exalta a liberdade de criação e a diversidade do povo brasileiro. “O desenho de linhas e flores” destaca a força das mulheres e da oralidade das tradições na preservação da herança cultural que une história e identidade, misturando tradição e inovação. O núcleo “o precioso popular” procura direcionar o olhar sobre as formas, as composições e os significados evidenciados pela cultura da moda. Já “o enlace do fio e do corpo” enfatiza a singularidade do diálogo entre as formas e os corpos, que traduzem narrativas e estéticas em um manifesto de beleza, plenitude, aceitação e autoexpressão. Cada um deles apresentará modelos criados com renda e chita, perfazendo um arco de 50 anos, num acervo que vai dos anos 1970 a 2024 e cria camadas de entendimento cultural, de moda e de design, ao explorar a interação entre as pluralidades visuais e comportamento.