A Nonada tem o prazer de anunciar a abertura de sua quarta localização no Brasil, situada no coração de São Paulo, com a exposição cola como leite, do artista Matheus Rocha Pitta. Situada no centro histórico da cidade, o novo espaço ampliará e aprofundará a missão da galeria de promover e exibir arte que é negligenciada pelos circuitos artísticos convencionais.
O programa da Nonada, abrangendo quatro localizações no Brasil, reflete uma preocupação em destacar vozes historicamente preteridas e não convencionais.
Movida pelo desejo de catalisar o diálogo através de exposições artísticas, a proposta do programa confronta diretamente questões políticas, identitárias ou de gênero.
Exibindo tanto artistas contemporâneos quanto mestres brasileiros, a galeria visa estabelecer conexões que transcendem o tempo.
Inaugurando sua filial em São Paulo, a Nonada orgulha-se de apresentar cola como leite, a primeira exposição individual de Matheus Rocha Pitta na galeria. Nascido em Tiradentes, Brasil, Matheus Rocha Pitta (1980) trabalha com fotografia, escultura, vídeo e instalações. Seu corpo de trabalho tem uma profunda fascinação por dissecar e perturbar os sistemas contemporâneos de troca. Frequentemente, ele faz isso
revelando gestos, rituais e narrativas esquecidas e sua relação com as ameaças sociais modernas.
Esta exposição une de forma coesa diversos temas que, à primeira vista, podem parecer desconexos. Sua obra Leite de Depósito de Pedra busca inspiração em La Difunta Correa, uma santa popular argentina, homenageando-a por meio de pedras em garrafas com tampas de cerâmica que lembram seios. Essa homenagem reflete a prática moderna de honrá-la às margens das estradas na Argentina e no Chile,
contestando a autoridade espiritual da Igreja. Outra peça, Os Trabalhadores do Derramamento retrata o protesto de um agricultor contra as forças de mercado injustas no setor agrícola, servindo como metáfora para rejeitar práticas econômicas opressivas e reivindicar autonomia sobre as condições culturais e materiais. O material branco nas obras de arte refere-se não apenas ao leite, mas também ao adesivo
usado por ativistas climáticos alemães para colar suas mãos ao cimento, mais uma forma de dissidência. cola como leite utiliza relevos de argila e cerâmicas para criar uma narrativa poética que aborda delicadamente a crise climática, a resistência política e os rituais tradicionais. Aprofunda essa abordagem ao oferecer uma visão distinta, menos tradicionalmente masculina do Antropoceno, questionando sutilmente
as narrativas estabelecidas com reflexões quase espirituais