Marcelo Ment | Alma da Rua II

Marcelo Ment nasceu no Rio de Janeiro em 1977 e, desde 1998, faz das ruas seu principal suporte e laboratório de criação.

Em mais de duas décadas, o artista viajou pelo Brasil e o mundo, construindo forte identidade, reconhecida e apreciada por onde passa. Ment é autodidata e integra a primeira geração de artistas do graffiti no Rio de Janeiro. Sua arte pode ser vista em grandes publicações do gênero, coleções e principalmente nos muros, Nova York, Boston, Chicago, Paris e São Paulo, são algumas das cidades que tem murais de Marcelo em suas ruas.

Ment é o único brasileiro integrante da renomada “StickUpKids” , crew fundada por Can2, o alemão é um dos mais importantes nomes do graffiti mundial.

“As obras e histórias que venho construindo, são reflexos de pesquisas e experiências pessoais, da infância aos dias atuais nas ruas. Vejo arte, acima de tudo, como mais uma ferramenta para buscar conhecimento, criar conexões e incentivar a comunicação entre as pessoas, valorizar e fortalecer o que temos de melhor enquanto seres humanos”.


Por Edu Valladares:

É impossível não se encantar pela arte do Marcelo Ment que invoca o maravilhamento em toda sua sensibilidade e demove o senso comum. Suas obras, com toda sua profundidade nas melhores escolhas de traços que carregam afeto e revolução, me fazem lembrar a poética dos textos do João Cabral de Melo Neto, passando pela veracidade dos poemas do Drummond e somadas à rebeldia dos versos questionadores de regras do Manoel de Barros.

Conheci o Marcelo há mais de 30 anos, em Madureira, capital do subúrbio do Rio de Janeiro, quando estudávamos no Ensino Médio e o que sempre me marcou, na sua caminhada, foi a constante busca por estar fora da zona de conforto dele. É tão legal ver um artista se reinventar tantas vezes e, ainda assim, sempre impressionar. Ment é um desbravador, foi e vai abrindo caminhos por onde passa. Sem medo de arriscar. Conquistou o mundo com suas obras originais, recheadas do desejo de celebrar a vida.

Toda essa inspiração do passado é nítida em sua exposição HOJE, cheia de encontros, resgates, descobertas, despertares e novas procuras. Tudo isso é um convite para aprendermos a possibilidade, através da sua arte, de o mundo mudar de cor, ficar mais vibrante, mais esperançoso, mais encantador. Seus desenhos e seus movimentos são a certeza de que ainda temos tempo para reaprender a sonhar.

 

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