Marcelo Armani | SESC São João de Meriti

O SESC São João de Meriti recebe a instalação sonora processual TRANS(OBRE)POR, do artista Marcelo Armani. A mostra acontece na Galeria de Arte de 14 de setembro a 15 de dezembro de 2024 na sede da unidade (Av. Automóvel Clube, 66, Centro, São João de Meriti, RJ), e poderá ser visitada de terças a sábados, das 10h às 17h, sempre com entrada gratuita. O projeto, que já foi exposto em cidades do Brasil, Espanha e China, em sua 12ª edição, foi selecionado no Edital de Cultura Pulsar do SESC RJ.

TRANS(OBRE)POR é uma instalação sonora possui caráter processual, em um híbrido multidisciplinar que transita pela arte sonora, fotografia, desenho e escultura. Em cada nova edição produzida traz na matéria sonora uma orquestração geográfica, temporal e política de um momento experimentado pelo artista. Guiado por “coordenadas intuitivas”, o artista transpõe e sobrepõe eventos da cidade ao espaço expositivo, aproximando-se de um mapeamento sócio-geográfico. Armani percorre a planta arquitetônica da cidade, registrando a paisagem do local, tanto pela gravação de áudio, como por processo fotográfico, onde o objetivo é enfatizar o momento visualmente. Eventos triviais são dissociados/transmutados/amplificados, desprendidos da superfície urbana. O cotidiano é extraído de um sentimento despertado pela cidade-objeto, onde os elementos da paisagem se entrelaçam às transitoriedades de um universo efêmero, expondo as ordens sociais, culturais e econômicas, à mercê no universo urbano.

TRANS(OBRE)POR se caracteriza por uma instalação sonora processual. O projeto atua na construção de um mapeamento sonoro efêmero existente dentro de alguns dos espaços da cidade e fora dela. A estruturação da mostra é sugerida pela disposição dos equipamentos, imagens e peças sonoras presentes na instalação. Para produzir este material, o artista realiza saídas de campo, registrando sons e ruídos presentes na paisagem acústica das cidades. Esses fragmentos servem de base para compor as peças sonoras reproduzidas no espaço expositivo. No instante da captação dos eventos, o artista fotografa um recortes dos momentos que, após, serão impressos em P&B, em tamanho A2, e fixados à parede. Os cabos de áudio vermelhos, que integram todo o sistema sonoro, percorrem direções aleatórias, recortam figuras, desenham caminhos. Fazem a alusão de um circuito elétrico, de um sistema circulatório, da configuração de ruas e quadras pelas quais o artista transitou guiado por coordenadas intuitivas até efetuar o registro dos eventos sonoros e visuais.

Marcelo Armani nos faz mergulhar aqui em um universo visual e sonoro que é ao mesmo tempo familiar, pelos aparatos tecnológicos conhecidos de todos e pela arquitetura bem estabelecida dos espaços expositivos, a do famoso “cubo branco”, e desconcertante em função de ruídos que usualmente desviamos de nosso foco de atenção, dos sons da cidade que desconsideramos e de vozes que seguem sem ser ouvidas.

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