O Museu Oscar Niemeyer abre no dia 26/8 a exposição “Mens Rea: A Cartografia do Mistério”, de Mac Adams, um dos fundadores da Arte Narrativa (Narrative Art). A curadoria da mostra é assinada por Luiz Gustavo Carvalho.
“Faz parte da missão do Museu Oscar Niemeyer proporcionar experiências transformadoras e diálogos entre público e arte. Nesse contexto, trazemos aos nossos visitantes a exposição ‘Mens Rea: A Cartografia do Mistério’, do artista visual Mac Adams”, afirma a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika. “Sua obra desperta a curiosidade e tem a capacidade de colocar o espectador dentro dela, numa interação contínua que enriquece e faz pensar”, comenta.
Inédita no Paraná, a exposição apresenta ao público 15 dípticos fotográficos da icônica série “Mistérios” e uma seleção da série “Tragédias Pós-Modernas”, criada pelo artista na década de 1980 como uma forma de reflexão sobre as políticas econômicas desenvolvidas por Margaret Thatcher e Ronald Reagan, no Reino Unido e nos Estados Unidos, respectivamente.
Provocando colisões híbridas entre tragédias sociais e utensílios de design, os objetos espelhados cromados fotografados por Mac Adams refletem nas suas superfícies situações violentas e inquietantes, que contradizem completamente as formas metálicas perfeitas. “Numa época em que o termo ‘pós-verdade’ foi escolhido como uma das palavras que melhor representam a nossa sociedade, é impressionante ver a contemporaneidade desta série em diversas culturas”, diz Luiz Gustavo Carvalho.
Com uma obra que encontra as suas raízes na rica tradição oral e escrita dos contos do País de Gales, nos romances de Arthur Conan Doyle e no cinema de Alfred Hitchcock e de noir, Mac Adams desenvolveu ao longo das últimas décadas um trabalho de importância singular em duas e três dimensões, explorando o potencial narrativo da fotografia e da instalação na composição e construção de cenas misteriosas que levam o público à fronteira das normas sociais.
Como um contador de histórias, ele utiliza fotografias e objetos, em uma estreita relação semiótica. A exposição apresenta ainda três esculturas que projetam sombras figurativas.
“Esta faceta do trabalho de Mac Adams é dotada de um humor singular. No entanto, em toda a sua obra ele nos obriga a interrogar a veracidade de elementos que transitam entre a realidade e a ficção”, comenta o curador.
Na exposição, haverá ainda a instalação site specific “Cartografia de um Crime”, em que o artista reflete sobre a memória e o esquecimento, por meio de uma relação passional obsessiva. Para isso, Mac Adams constrói um diálogo entre suas imagens e fotografias provenientes do arquivo do Museu Nicéphore Niépce (França), um dos mais importantes da Europa.