Lançamento da digitalização de 250 obras de Rubens Gerchman | MAM Rio

O Instituto Rubens Gerchman, em parceria com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, convida para o Seminário Digitalização do Acervo Artístico de Rubens Gerchman (1942-2008), gratuito, no dia 25 de novembro de 2023, das 10h30 às 12h30, que marca a disponibilização para o público, no site do Instituto Rubens Gerchman, de imagens e informações de aproximadamente 250 obras do grande artista – pinturas, esculturas, gravuras, aquarelas, guaches, entre outras técnicas.

Uma equipe multidisciplinar, formada por museológos, restauradores, fotógrafo, conservadores, entre outros profissionais especializados, está trabalhando desde junho deste ano neste projeto, que abrangeu a higienização das obras de arte, para serem adequadamente registradas pelo equipamento fotográfico de alta precisão; pesquisa das informações acerca de cada obra; digitalização e catalogação do acervo artístico em suportes digitais; e sua disponibilização em base de dados na internet. Todas as obras passaram por uma revisão catalográfica – com a checagem de medida, título, estado de conservação etc – e higienização, para serem digitalizadas. Cinco dessas obras precisaram ser restauradas. O patrocínio é do Itaú, por meio da Lei Rouanet.

“Este projeto tem um viés muito especial, pois apresenta obras que pertenciam à família do artista e que nunca foram antes vistas”, destaca Clara Gerchman, filha de Rubens Gerchman, e diretora do IRG, criado em 2010 para preservar e divulgar o legado do artista. “O público, pesquisadores, estudantes e amantes da arte em geral, terão acesso gratuito a imagens e informações das obras de Gerchman. Esta ação complementa um passo anterior dado pelo Instituto, que já disponibiliza através de sua base de dados um significativo acervo documental acerca da vida e da obra do artista”, diz. O site é http://www.institutorubensgerchman.org.br/.

O Seminário será feito em uma das salas expositivas do MAM, em meio a obras de Rubens Gerchman (1942-2008) pertencentes ao Museu, e selecionadas na reserva técnica pela equipe da instituição. Os vídeos são legendados, e haverá intérprete de libras, bem como mediadores para pessoas portadoras de necessidades especiais.

Clara Gerchman explica que Rubens Gerchman “esteve sempre ligado ao MAM Rio, e a escolha do Museu para sediar este importante evento foi natural para nós, do Instituto”. “O MAM possui 28 obras importantes de Gerchman, que, ainda muito jovem, participou das icônicas exposições “Opinião 65” e “Opinião 66”, sediadas no Museu. Em 1978, Gerchman, então diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1975-1979), liderou o movimento pela reconstrução do Museu depois do terrível incêndio que atingiu seu acervo e as exposições. Ele envolveu os alunos da EAV e outros artistas a participarem das atividades a favor do MAM, que abrangeram uma passeata que também prestou homenagem ao artista uruguaio Joaquín Torres Garcia, que teve sua obra destruída”.

 

Obras de Gerchman estão na exposição “museu–escola–cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas”, em cartaz no MAM até 3 dezembro de 2023.

 

Pablo Lafuente, diretor artístico do MAM Rio, afirma que “Rubens Gerchman é um dos artistas essenciais para entender a arte contemporânea brasileira. Teve também contribuição fundamental para a história do MAM Rio, participando de exposições e de outros projetos que se tornaram referência. Como agente cultural, comprometeu-se com a reconstrução da instituição após o incêndio de 1978, incentivando um espírito experimental e coletivo. Para nós, é um privilégio contribuir com uma atualização tão importante de seu legado”.

 

O Seminário Digitalização do Acervo Artístico de Rubens Gerchman (1942-2008) vai abordar, por meio de depoimentos dos profissionais especializados que integraram a equipe, e de projeção de vídeos e fotografias, todo o processo realizado no projeto. Em um painel único, das 10h30 às 12h30, com a coordenação de Clara Gerchman, falarão sobre o projeto Mariana Santana e Daniela Camargo, coordenadoras técnicas, ambas da empresa Museo Museologia e Museografia; o fotógrafo Jaime Acioli; a museóloga Irene Fialho Azambuja; e a conservadora Maria Alice Sanna Castello Branco.

“É uma satisfação ter a possibilidade de reunir uma equipe de especialistas em museologia,  conservação e restauração focada na preservação  das obras de Rubens Gerchman. Os suportes são variados e os desafios são muitos. É extremamente gratificante mergulhar na genialidade desse artista tão importante para a arte brasileira”, declara Mariana Santana.  As coordenadoras técnicas propuseram “diretrizes em relação às ações de conservação e catalogação do acervo” e também selecionaram “a equipe mais adequada para que o trabalho fosse realizado com excelência”, comenta Daniela Camargo.

“Fotografar a obra do Gerchman não é uma tarefa muito simples, a começar pela variedade de suportes e formatos, até a variedade de tintas, algumas brilhantes ou iridescentes. Mas por outro lado é divertido pelos desafios e pelo humor destilado nas suas obras…”, relata Jaime Acioli, responsável pelos registros fotográficos que possibilitaram a digitalização das imagens das obras.

A museóloga Irene Fialho Azambuja celebra a “imersão no universo do Rubens Gerchman”. Entender o porquê do uso de uma determinada técnica ou suporte, o contexto que o levou a abordar certa temática… é uma experiência incrível. Sem contar que todo nosso trabalho é visando facilitar o acesso do público a esse acervo. Está sendo muito especial fazer parte desse projeto!”.

“Trabalhar no Projeto de Digitalização do acervo do Instituto Rubens Gerchman é uma oportunidade maravilhosa de observar muito de perto as soluções esmeradas usadas pelo artista tanto na construção de seus objetos quanto na produção de suas pinturas e desenhos em diferentes suportes”, afirma a conservadora Maria Alice Sanna Castello Branco.

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