Laerte Ramos | Thiago Toes | Centro Cultural Correios São Paulo

Thiago Toes, A linha sagrada

O Centro Cultural Correios São Paulo recebe a partir de 27 de Julho (terça-feira) duas novas exposições de artistas contemporâneos: “Hanko” de Laerte Ramos e “Na fissura do tempo” de Thiago Toes. Usando suportes e tratando temáticas diferentes, os dois artistas têm em comum o diálogo com elementos urbanos.

Em “Hanko”, Laerte Ramos apresenta obras em diferentes linguagens, como serigrafia, pintura e escultura. O trabalho que dá nome à exposição é uma série de 51 gravuras com inspiração nipônica, influência do período em que o artista teve um ateliê no bairro da Liberdade, em São Paulo.

Hanko é o pequeno carimbo personalizado que os japoneses usam para assinar documentos e contratos importantes, no lugar de assinaturas à mão. Similarmente, as serigrafias do artista contêm pequenos símbolos vermelhos no canto inferior das folhas de papel. No lugar dos ideogramas japoneses, Laerte coloca imagens de seu universo artístico, como tanques, personagens de desenho animado, brinquedos e símbolos relacionados ao boxe e às artes marciais.

Muitas das imagens observadas em “Hanko” partem de obras de séries anteriores, também expostas no espaço. Há obras em materiais diversos como feltro, chumbo, mármore, porcelana e cimento. Segundo o artista, estes trabalhos também foram influenciados pelas serigrafias.

Laerte Ramos, Silvestre Silver

Na sala em frente, o artista Thiago Toes apresenta “Na fissura do tempo”, onde exibe um panorama dos últimos três anos de sua produção, com desenhos, esculturas, pinturas e uma intervenção pensada especialmente para o local. Misturando autobiografia e ficção, o artista investiga temas como a passagem do tempo, as origens do universo e a História ocidental.

Entre as obras há seis telas de grande formato, que incluem simbologias da filosofia, do tarô e da mitologia, presentes em vários trabalhos recentes do artista. Sua carreira artística se iniciou no graffiti, o que se reflete na série de balaclavas espalhadas pelo espaço. O acessório, espécie de touca que cobre cabeça e pescoço, deixando apenas os olhos visíveis, é comumente usada por artistas urbanos para proteger sua identidade.

O prédio histórico do Centro Cultural Correios fica no Vale do Anhangabaú, recentemente reformado como parte de uma série de ações para a revitalização do Centro da cidade. A entrada é gratuita, com uso de máscara obrigatório e limitação na quantidade de visitantes nas salas expositivas.

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