Julia Angulo, Kaya Agari e Talita Zaragoza | Casa Cunha Lima

Julia Angulo, Tapete imagético, 2020/2021 | FOTO: Samuel Esteves

Poéticas do Habitar, coletiva em cartaz na Casa Cunha Lima, no Pacaembu, atual endereço da galeria itinerante Carmo Johnson Projects, apresenta a produção recente de três jovens mulheres artistas: Julia Angulo (1993, São Paulo), Kaya Agari (1986, Aldeia Kurâ Bakairi, Mato Grosso) e Talita Zaragoza (1985, São Paulo). Segundo Carollina Lauriano, que assina a curadoria da exposição, pertencimento, memória, habitar e deslocamento, são os fios condutores que constroem as relações possíveis entre as artistas, suas obras e o espaço expositivo.

Entre os grafismos indígenas da tribo Kurâ Bakairi de Kaya Agary e as pinturas abstratas quase paisagísticas de Talita Zaragoza, estão as obras de Julia Angulo. Seu trabalho parte da investigação da memória e a relação entre lembrança e esquecimento, numa tentativa constante de documentar o caminho percorrido pela mente. Nesse sentido, a psicanálise torna-se uma ferramenta potente para o entendimento do processo criativo.

Não por acaso, foi em uma visita à casa de Freud, durante seu período de estudos em Londres, que a artista encontrou nos tapetes persas que o pai da psicanálise mantinha em seu consultório, um caminho para sua produção apresentada nessa exposição. 20 pequenos desenhos denominados “estudos para tapetes”, oito tapetes e uma instalação compõem o conjunto apresentado pela artista. Segundo a curadora, o trabalho de Angulo é “um convite a processarmos o mundo ao nosso redor, ora de forma livre associativa, ora encarando as palavras que cercam nossas memórias, na tentativa de nos percebermos parte desse todo que nos cerca”.

No dia 17 de outubro, às 11h30, acontecerá uma conversa entre a curadora e as três artistas em torno das questões relacionadas à curadoria da mostra: ¨Como é possível habitar universos tão distintos num mesmo local? Como conviver entre diferenças em um mundo cujas disputas narrativas seguem cada vez mais acirradas?

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