Josiane Dias | Referência Galeria de Arte

De 10 de maio a 7 de junho, a Referência Galeria de Arte realiza a mostra  “Inútil Paisagem”, de Josiane Dias, com curadoria de Eder Chiodetto. A exposição apresenta a produção da artista visual em formatos variados que através da fotografia subverte as percepções de tempo e espaço e oferece novas narrativas que exploram a memória e os sentidos. A Referência fica na 202 Norte, Bloco B, Sala 11, Subsolo, Asa Norte, Brasília-DF. Telefone (61) 3963-3501 e Wpp (55 61) 98162-3111. No Instagram @referenciagaleria.

Em sua primeira individual na Referência, Josiane Dias apresenta 20 imagens de quatro séries fotográficas, resultado de 12 anos de pesquisas sobre a construção de memórias visuais e sensoriais, individuais e coletivas, e os mecanismos disparadores. Josiane propõe abrir novas possibilidades para o olhar, para um instante e um lugar que estão em suspensão. Os trabalhos apresentados na mostra fazem parte de uma investigação da artista sobre o humano, a natureza, os objetos e a arquitetura. “Josiane realiza essa operação valendo-se de técnicas experimentais em que acasos dialogam o tempo todo com seu processo gerando novos e inesperados caminhos em sua linguagem”, diz Chiodetto.

“A fotografia pode ser testemunho ocular na mesma medida em que reinventa realidades paralelas. Documento e ficção surgem amalgamados tão logo acionamos o disparador da câmera.”

Eder Chiodetto, curador

O recorte em exibição na Referência misturou as quatro séries que, justapostas, demonstram um gesto experimental da artista: Urbanos, Memórias portáteis e aleatórias, In/Permanência e Flora Abstrata.  “Ao passo em que a arquitetura e a flora são diluídas e flagradas como volumes instáveis, o mesmo acontecerá quando os referentes se tornam as pessoas e seus objetos corriqueiros que flutuam num vago espaço. Ao notarmos que tudo aqui está desterritorializado, inferimos que a artista parece estar elencando lugares, plantas, pessoas e objetos ordinários para povoar um novo território”, ressalta Eder Chiodetto, curador da mostra.

Josiane constrói suas narrativas visuais a partir do que chama de “o poder libertador da fotografia”. Ao dissociar objetos de seus contextos habituais, a fotografia é capaz de subverter seus significados originais e questionar a maneira como se apreende o que está ao nosso redor. Trata-se de uma tentativa de ver o mundo com olhos livres, como já defendia Oswald de Andrade, em seu Manifesto da Poesia Pau-Brasil. “É como se eu procurasse a alma das coisas, ou o sentido subjacente a cada uma delas com o desejo de desvelar algo que está oculto e não seja visível ao primeiro olhar” afirma a artista.

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