Hora, substantivo feminino | ART.PE + Galeria Boi

A ART.PE – Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco – traz uma novidade para a sua terceira edição. Ampliando a programação, será desenvolvido um projeto especial no bairro da Várzea. A exposição Hora, substantivo feminino trará seis esculturas do artista visual Abelardo da Hora. A mostra ficará em cartaz de sexta a domingo, entre 28 de junho a 28 de julho, das 14h às 20h, no Quintal da Iron House, do Grupo Cornélio Brennand. O espaço fica localizado na área externa transformada em uma locação. A curadoria da exposição é assinada por Carlos Mélo.

A exposição é uma realização da Galeria Boi, junto com a ART.PE, uma homenagem ao artista com a exibição de seis esculturas, cujo recorte curatorial trata do tema da presença da mulher na obra de Abelardo da Hora. As esculturas estão expostas na cidade de João Pessoa, no Memorial Aberlado da Hora, e serão trazidas ao Recife especialmente para a mostra. Outras obras do artista estarão em exposição na Feira, no Terminal Marítimo, no Porto do Recife, de 26 a 30 de junho.

Para a neta de Aberlado da Hora, Clara da Hora, a exposição é uma homenagem à trajetória do avô, que tem uma relação forte com o cenário cultural de Pernambuco. “Ele não foi apenas um artista, foi um agente político, tendo atuado como secretário de Educação e Cultura do Recife e criador de movimentos como Movimento de Cultura Popular e o Ateliê Coletivo. Também foi o criador da lei municipal que determina a inserção de obras de arte em construções com mais de mil metros quadrados, tendo um papel decisivo na paisagem lúdica do Recife. Ele traz a raiz da cultura em suas obras, que ocupam espaços cruciais da cidade, como o aeroporto e praças”, afirma Clara.

Aberlardo da Hora (1924/2014) foi um artista que se destacou como um dos grandes escultores brasileiros do século 20, influenciado pelo movimento expressionista. Desenvolveu um estilo marcante que transmite emoções intensas e uma visão crítica da sociedade. Sua habilidade em esculpir formas orgânicas com destaque para obras como “a mãe do nordeste”, que retrata a força e a resiliência das mulheres brasileiras.

Sua história com o bairro da Várzea começou cedo. Aos 18 anos, no ano de 1942, começou a trabalhar na fábrica de cerâmica na Usina São João da Várzea, de Ricardo Brennand. Lá desenvolveu parte de sua cerâmica artística. A proximidade com o mundo das artes fez com que Aberlado ficasse muito próximo dos filhos do empresário, Ricardo e Francisco, ao ponto de dividir o mesmo quarto com os jovens. O artista residiu durante 15 anos no Engenho São João da Várzea, propriedade do Grupo Cornélio Brennand. Da Usina São João, foi morar no Rio de Janeiro.

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