Graça Craidy | FORO II

No mês das mulheres, exposição se opõe ao feminicídio

Até 31 de março, mês dedicado às mulheres, quem circular pelo Foro II de Porto Alegre deparará com a exposição “Manifesto Antifeminicídio”, da artista visual Graça Craidy. A mostra é promovida pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris).

A artista procura denunciar e conscientizar a sociedade para uma chaga que precisa ser enfrentada no Brasil e no mundo: a morte de mulheres por maridos e companheiros.

Entre as obras expostas no Átrio do Foro II, estão retratos de noivas mortas, com véu e grinalda e buquê de flores nas mãos, de 1m x 0,70, em acrílica sobre papel, e um políptico de 2 m x 0,70 (quatro telas), mostrando uma noiva no leito de morte. Aberta na noite da sexta-feira 3/3, a exposição exibe também o manifesto escrito pela artista, que diz:

“Parem de matar nossas mulheres. Parem de matar nossas mães. Parem de matar nossas avós, irmãs, tias, primas, amigas. Parem de nos matar. Nós não somos suas propriedades. Nós não somos suas escravas. Nós não somos suas inferiores. Está na Constituição. Somos iguais aos homens. Mesmos direitos. Mesmos deveres. Não, não e não, homem, você não é a cabeça da mulher. Toda mulher tem a sua própria cabeça. É autônoma. Livre. Dona do seu nariz. Do seu corpo. Quer que a sua mulher fique com você? Faça por merecer.

Ninguém vai embora de onde existe amor, respeito, lealdade. Reconstruir a vida com outras pessoas pode ser a melhor saída para a felicidade de um casal que não vive bem. E para seus filhos, também. Aceite. Amor não é obrigação. Amor é colheita”.

No papel de artista e ativista – “artivista”, como ela própria diz -, Graça monta exposições com a temática da violência contra a mulher desde 2015, já tendo exibido as mostras “Até que a morte nos separe”, “Livrai-nos do Mal”, “Estupro” – duas obras dessa coleção integram o acervo do MACRS (Museu de Arte Contemporânea) – e “Feminicidas”.

Participaram da abertura da exposição, o vice-presidente Cultural da Ajuris, juiz de Direito Daniel Neves Pereira, e as juízas Madgéli Machado e Patricia Laydner, respectivamente titular do 1° Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Porto Alegre, e diretora da Escola da Magistratura.

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