Em diálogo com a nova exposição temporária “Mata Atlântica: in-finitos encantos”, o Museu do Jardim Botânico inaugura a instalação artística “Utopia Botânica”. Desenvolvido por Fernanda Froes com exclusividade, o projeto recria poeticamente uma floresta fragmentada de pau-brasil (Paubrasilia echinata). Símbolo da Mata Atlântica, essa espécie esteve à beira da extinção no período colonial devido à intensa exploração de seu pigmento vermelho e permanece ameaçada atualmente.
Inspirada nas ideias de utopia e paraíso presentes em “Utopia” (1516), de Thomas Morus, e “Visão do Paraíso” (1959), de Sérgio Buarque de Holanda, a instalação resgata a imagem de um território idealizado e perdido por meio de painéis duplos feitos de pedaços de tela de algodão tingidos à mão e costurados com fios igualmente tingidos com pau-brasil. Toda a coleta é feita de forma sustentável, a partir de podas de árvores.
“Resgatei técnicas e receitas antigas para brincar com os pigmentos e mostrar uma floresta diversa, não só em cores, mas também em formas. Cada peça tem um formato, além de componentes e tons diferentes que remetem, não só ao pau-brasil, mas à imensa diversidade de plantas presentes na Mata Atlântica”, explica a artista plástica.