Exposição com obras de 47 artistas visuais homenageia escritor Erico Verissimo.
O Rio Grande do Sul está mobilizado para lembrar as datas de nascimento (17 de dezembro de 1905) e morte (28 de novembro de 1975) de Erico Verissimo. Um grupo de 47 artistas visuais apresentará em Porto Alegre uma exposição em homenagem ao escritor.
Fato pouco conhecido é que na juventude, em Cruz Alta, sua terra natal, Erico sonhava com um futuro em meio a telas, pincéis e tintas. “Me lembro que naquele tempo eu ainda pensava que podia ser pintor”, recordou ele, em entrevista a Clarice Lispector publicada na revista Manchete, em 1967.
A mostra integra a programação da Feira do Livro de Porto Alegre, em sua 70ª edição, e tem o apoio da Associação Literária Erico Verissimo e da Academia Rio-grandense de Letras.
A curadoria da exposição está a cargo da artista visual Graça Craidy e da escritora Marô Barbieri. O texto de apresentação é assinado pelo professor de Literatura Sergius Gonzaga.
Quem visitar a mostra, composta por artistas gaúchos de renome, como Zoravia Bettiol, Clara Pechansky, Bea Balen Susin, Erico Santos, Magna Sperb, Lucas Strey, Claudia Stern, Liana Timm e Umbelina Machado, apreciará retratos do romancista e de alguns dos seus principais personagens, entre eles Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo, em diferentes linguagens. Os artistas criaram obras que envolvem o universo de 25 livros escritos pelo ficcionista.
Os trabalhos, expostos na Galeria Incidente, no 3º andar, abrangem pintura a óleo, em acrílica, nanquim, desenhos a carvão, esculturas em aço corten oxidado e bronze, cerâmica, bordado, colagem, instalação têxtil, pastel oleoso, pastel seco, litografia, xilogravura, arte digital e livro de artista em serigrafia.
Conforme o professor Sergius Gonzaga, em seu texto de apresentação, Erico Verissimo e a criação artística, “o retrato do Dr. Rodrigo Cambará, pintado pelo anarquista Pepe, e a elaboração de um registro memorialístico de dois séculos da saga familiar, iniciado pelo escritor Floriano Cambará, no final de O Tempo e o Vento, são alguns dos símbolos desse triunfo da invenção artística sobre a morte e o absurdo do nada”.
Graça Craidy diz que a exposição rende tributo “a esse imenso contador de histórias que narrou a saga da formação do Rio Grande do Sul, que desenhou a construção do gaúcho urbano, que desvelou os anseios de uma época. Nossa admiração está representada em pinturas, esculturas, gravuras, instalações, contando, com nossas obras, a história das histórias de Erico”.
Marô Barbieri acrescenta: “Precisamos celebrar Erico Verissimo, divulgando cada vez mais sua obra. Porque mesmo que um grande escritor morra, sua palavra permanece viva. Para sempre”.
Mesmo que não tenha realizado o sonho juvenil de se tornar pintor de quadros, Erico, de certa forma, fez arte, além da literária, no exercício de seu ofício. Isso porque ele costumava desenhar seus personagens antes de descrevê-los com palavras.
Artistas participantes:
Adriana Leiria, Adroaldo Selistre, Alexandra Eckert, Alexandre Barcelos, Alisson Affonso, Anaurelino Corrêa de Barros Neto, Bea Balen Susin, Bira Fernandes, Carla Magalhães, Clara Pechansky, Claudia Stern, Débora Irion, Deja Rosa, Emanuele de Quadros, Erico Santos, Fernando Lima, Gilmar Fraga, Giovana Hemb, Graça Craidy, Gus Bozzetti, Gustavo Burkhart, Helena Stainer, Jorge Carlet, Leandro Machado, Lena Kurtz, Liana D’ Abreu, Liana Timm, Lília S. Manfroi, Lucas Strey, Lurdi Blauth, Magna Sperb, Marcela Meirelles, Marcelo Monteiro, Marcia Baroni, Marcia Rosa, Nara Fogaça, Ondina Bonfim, Pena Cabreira, Rita Gil, Roger Monteiro, Ronaldo Mohr, Rosane Vargas, Sandra Lages, Tuchi Niederhageböck, Umbelina Barreto, Zoravia Bettiol e Zupo.
A entrada é gratuita.


