Lataria Espacial (2022) é uma instalação do artista paraense Emmanuel Nassar, que passa a ficar exposta na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Aberta à interação do público, a obra, que tem curadoria do curador-chefe do MAM, Cauê Alves, remete aos trabalhos que o artista desenvolve desde os anos 1980, usando a geometria e cores de tons fortes.
Em Lataria Espacial, Emmanuel Nassar constrói um jatinho particular inspirado no Phenom 300, um avião nacional de alta performance, um dos mais vendidos do mundo, desenvolvido e fabricado pela Embraer. Na obra, toda essa modernização representada por esse avião é contrastada pela precariedade de uma instalação construída em pedaços, ligando chapas de zinco galvanizadas que são pintadas com esmalte sintético. Feito com uma solução simples de dois planos e suspenso por dois cabos, o trabalho aproxima dois opostos,
A obra partiu do desejo do artista de que no centro da sala estivesse uma instalação que fosse um atrativo para a interação, que fosse atraente especialmente para um público jovem, um público de faixa etária e hábitos que ele associa também ao MAM São Paulo. A participação do público na obra é algo que interessa muito a Nassar. Em Bandeiras (1998), obra que faz parte da coleção do MAM, o artista reuniu bandeiras de diversos municípios do Pará. Para isso, fez uma campanha de 14 meses em busca delas, incluindo dois meses de campanha publicitária em jornais do estado, pedindo que a população levasse as bandeiras até ele, em uma construção coletiva.
No MAM, os visitantes poderão acessar a escadinha do avião, onde poderão sentar, caminhando por um tapete vermelho. O público também pode interagir com uma mala de mão que fica ao lado da porta do avião e onde o artista guarda os parafusos que sustentam a obra. O curador-chefe do museu atribui à experiência do contato com esta obra as qualidades de ser única e generosa, por propiciar uma interação mais de perto.