Desde Jardim Selvagem, Galeria Bolsa de Arte de São Paulo, 2023, o artista retoma cores nos seus trabalhos em diálogo constante com seus pretos, densos, e sua arquitetura em destruição, sem chão. Alguns seres como os pássaros surgem no novo cenário, em ruínas, em A Dança do Vermelho, na Galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre.
A exposição é composta de 15 trabalhos em pastel seco e óleo sobre papel e sobre tela. No texto de apresentação da exposição, Clara Figueiredo, historiadora de arte e escritora, traduz o processo e a poética do artista:
“Em denso preto, colore com carvão. Para abrir luz, fere a fibra do papel. Conduz a ferida, rasga rio, alma, labaredas. Cidade em chamas. Cidade em águas. Entintamento, sujidade, rasgo — termos utilizados para descrever o seu saber fazer. Carvão, papel, pastel seco, gordura da mão — escolhas que materializam sua crítica ao cânone pictórico. Se o ato experimental de Eduardo se desdobra da gravura em metal (sua matriz vivencial) em desenho e pintura, o ato experiencial que ele nos convida se desdobra da materialidade do corpo impresso na obra, para aquilo que dela escapa. Sinalização. Relâmpago. Temporal. Chuva de pedra que queima. Foi no dia em que a terra caiu.”
A Dança do Vermelho integra o projeto Portas para a Arte, da Fundação Bienal do Mercosul, durante o período da 14ª Bienal do Mercosul, e também faz parte do cronograma de comemorações dos 45 anos da Galeria Bolsa de Arte.
Além da abertura no dia 28/3, a exposição contará com uma visita guiada com Eduardo Haesbaert e Clara Figueiredo no dia 29/3 (sábado) às 11h.