Diô Viana | Referência Galeria de Arte

No dia 15 de março, a partir das 16h, a Referência Galeria de Arte apresenta a mostra “Banzeiro bom”, do artista visual paraense Diô Viana, com curadoria de Paulo Vega Jr. As 40 obras que ocupam os dois andares da galeria formam um conjunto de imbricações entre colagem, desenho, gravura e pintura. A exposição fica em cartaz na Referência até o dia 26 de abril, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

Futuro, passado e presente atravessam a obra de Diô Viana. As paisagens, a fauna, a presença humana, os povos originários, a ancestralidade retida na memória se materializam na produção do artista.  São indícios de uma leitura contemporânea de um Brasil profundo na fronteira entre o passado idílico, o presente distópico e um futuro com muitas incertezas. “São leituras possíveis das obras do Diô Viana, que estão embebidas em imagens de sua terra natal, Santarém-PA, algumas delas fazem referência, por exemplo, ao encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós, enquanto outras remetem à pelagem de animais como a onça-pintada. Como passado, presente e futuro são inseparáveis, há tanto uma certa nostalgia quanto uma certa apreensão no que diz respeito às questões ambientais e demais fatores que as circundam”, afirma o curador da mostra, Paulo Vega Jr..

“Banzeiro bom” remete às ondas formadas nos rios amazônicos, especialmente no encontro das águas, do rio com o mar, como na pororoca. A mostra inédita que entra em cartaz na Referência ocupará as salas Principal e Acervo. Na primeira, serão expostas as obras com predominância cromática tanto de tonalidades frias quanto quentes. Na segunda, no piso inferior, entram as obras com predominância de tonalidades acromáticas.

Diô Viana afirma que sua produção vive na fronteira entre a gravura e a pintura, sendo que o suporte – papel ou tela – é quase uma mera consequência do processo para chegar ao resultado desejado. Em seus trabalhos, a coexistência de duas ou mais técnicas como forma de criar um único híbrido não chega a ser uma subversão em sua pesquisa de linguagem.

O entrelaçamento ou hibridização de linguagens e suportes artísticos na obra e na produção do artista se configura como parte de seu processo artístico e criativo. “Elas são etapas ou meios dos quais o artista se serve, a partir das características e peculiaridades próprias do desenho, da colagem, da gravura e da pintura, para atingir a imagem desejada”, afirma o curador da mostra Paulo Vega Jr.. “Não há uma hierarquia entre os meios, pois todos são utilizados em prol da obtenção de uma imagem única, na qual as linguagens e suportes artísticos se apoiam mutuamente para suportar o resultado final”, ressalta o curador.

“Nesse processo, pintura e gravura são almas gêmeas, se interligam e se conectam em um único elemento, se utilizam das mesmas ferramentas buscando no suporte, tela, metal ou madeira, a imagem desejada”, Diô Viana, Artista visual

Essa abordagem pode ser vista como oriunda do seu processo de formação artística, do estudo de desenho, gravura e pintura no MAM-RJ e dos ateliês de gravura e pintura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, à atuação profissional como assistente do Ateliê de Gravura do SESC Tijuca-RJ e professor de gravura no Ateliê de Gravura do MAM-RJ e impressor de gravuras para artistas como Fayga Ostrower, Marília Rodrigues, a Sociedade dos Amigos dos Museus Castro Maia, entre outros.

 

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