DIMITRE LIMA E GABRIELA CASTRO | INSTITUTO LING

O Instituto Ling celebra os 10 anos do seu centro cultural com uma programação especial. Entre os destaques das comemorações está a instalação PULSAR, criada pelos artistas Dimitre Lima e Gabriela Castro, com curadoria de Gabriel Cevallos, idealizador do festival Kino Beat. Com movimentos luminosos que podem ser vistos por quem está dentro ou fora do local, a obra faz uma alegoria a todas as pessoas que passaram pelo centro cultural nessa primeira década.

A técnica de Modulação por Largura de Pulso (MLP), utilizada para controlar a intensidade das luzes LED monocromáticas que compõem a instalação, serve também como inspiração, por sua função de transportar e controlar energia, para os movimentos corpóreos – respiração, circulação e sinapses – que são transpostos livremente em padrões elétricos na fachada do Instituto. A obra, proposta como site-specific, pensada para existir e interagir com a edificação minimalista, projeta a interdependência entre luz e espaço, em uma retroalimentação que simultaneamente realça a materialidade da luz e as formas arquitetônicas.

A fruição de PULSAR estimula os visitantes para além da percepção visual. Devido à sua característica luminescente, aproxima e induz, no mesmo ambiente, partículas de fótons e corpos – há um contato tátil. A obra transforma a luz em fenômeno sensível, em que a presença e o presente se tocam, e oferece uma experiência que transcende a cognição e se incorpora, também, como memória sensorial. A conexão sinestésica (sensações simultâneas) que envolve o público presente, no interior ou no exterior da instituição, é mediada por uma luz que não apenas ilumina, mas também conduz a sua matéria para se transformar em elemento arquitetural e sensível, que preenche o espaço com vida própria.

Entre o laboratório de eletrônica aplicada e o ateliê, os artistas-técnicos experimentaram com circuitos, programação digital, cálculo e desenho para a concepção de um trabalho em que a poética e as informações científicas são inseparáveis e equivalentes. Na justaposição de arte, tecnologia e percepção, a obra convoca para uma celebração da vida em movimento, no aqui e agora, que, como metáfora do pulso vital, ao se manifestar em luz, afirma que o pulso ainda pulsa.

Compartilhar: