A Ziv Gallery recebe, em sua unidade da sede paulistana do IED (Istituto Europeo di Design), a exposição “Mundo Cão”, do artista plástico, muralista e artista urbano Dan Mabe. Dan tem a pintura “no sangue”: é neto do japonês naturalizado brasileiro Manabu Mabe, reconhecido internacionalmente como grande pintor abstrato. Apesar da pouca idade, o paulistano de 36 anos também tem bastante experiência internacional – seus grafittis estão não apenas nas paredes e muros de São Paulo, mas também em cidades da Europa como Lisboa, Frankfurt e Londres
Além das telas e grafittis, Dan trabalha com esculturas e gravuras e já expôs suas obras exposições e salões de arte no Brasil e no Exterior – uma delas aconteceu em uma das mais conceituadas galerias destinada a arte de rua na Europa, a “Pure Evil Gallery” de Londres, Inglaterra. Expôs também em Nova York, Frankfurt e Lisboa.
A exposição “Mundo Cão”, que Mabe traz à Ziv do IED, é marcada pela arte urbana e gira em torno de temáticas ligadas ao viver coletivamente. Para isso, representa nas telas personagens aglomerados sobre um espaço, inseridos em um contexto urbano, retrata cenas do cotidiano da cidade ou imagens vistas sobre a tela de um celular.
Um personagem: o cão humanizado
Para retratar o viver coletivo, além das figuras humanas, Dan utiliza com frequência em suas obras um personagem que remete à imagem de um cachorro humanizado e bípede. “Gosto da imagem do cachorro para falar do cotidiano da cidade, e retrato personagens inspirados em pessoas reais que conheço ou vejo andando pela cidade de forma lúdica. O cão é um animal tão presente na cidade e muitas pessoas olham para ele com um olhar humanizado e uma empatia por vezes até maior que com a própria espécie. O personagem representa o próprio ser humano, de forma universal sem que eu precise especificar qual etnia, idade ou gênero. Cada personagem representa um de nós”, completa Mabe.
Sobre as comparações com as obras do avô, Dan Mabe comenta sobre semelhanças e diferenças de estilo: “Os trabalhos mais consagrados dele são pinturas abstracionistas, e a minha linha de trabalho é mais figurativa, com referências diferentes e refletindo a época em que vivo. Uma semelhança em nossos trabalhos é a forma de utilizar a cor. Uso cores quentes e que contrastam bastante entre si, também gosto de trabalhar em alguns quadros com texturas de camadas de tintas. Acredito que, pelo fato de crescer vendo os trabalhos do meu avô, isso tenha me influenciado naturalmente”. Entre as influências de Dan Mabe, ele menciona o modernismo brasileiro, o muralismo mexicano, a Pop Art e, claro, grafiteiros do Brasil.
