corpos entre tempos I Galeria Homero Massena

Como tocar o corpo intocável em plena pandemia? Quais são as tentativas possíveis para materializar esses corpos distantes? As artistas capixabas Bárbara Bragato, 28, e Célia Ribeiro, 69, buscam entrelaçar fotos, desenhos e vídeos à distância para potencializar esse encontro – permeado por diferentes caminhos e histórias – além dos 41 anos de idade entre elas.

A exposição em formato híbrido, criada com uma equipe inteiramente feminina, inicia no dia 7 de junho (segunda-feira) com atividades online gratuitas como oficinas, conversas com as artistas e propostas de arte educação em torno da temática espaço-tempo-corpo. A exposição deve ser aberta ao público no dia 01 de julho na Galeria Homero Massena (Vitória, ES) – a depender dos riscos e medidas protetivas em relação ao coronavírus.

“As imagens criadas para essa nova exposição perpassam, de alguma forma, a camada da tela. Enquanto Célia me desenha a partir de vídeos e fotografias da tela, eu a registro em fotografia e em vídeo por meio de câmeras analógicas, digitais e celulares. São gestos repetitivos e obsessivos para tentar alcançar um corpo distante, para esgotar esses corpos cansados. A tela é, nesse momento, o mundo possível a ser explorado”, explica Bárbara.

Célia conta que o público encontrará registros de percursos do olhar/pensar de cada artista a partir do corpo da outra.  “A produção em meio à pandemia foi um desafio instigante e um alento.  Digo alento porque exercitamos a empatia e, nesses tempos onde o descaso com a vida do outro é anunciado sem escrúpulos, a afirmação da empatia é um ato político. Além disso, vivenciamos, as quatro mulheres envolvidas com o projeto, com Karenn Amorim, curadora, e Bruna Afonso, arte-educadora, uma relação de criação coletiva marcada pelo  afeto e pela liberdade de expressão. Construímos uma sólida amizade, ainda que distantes fisicamente”, diz.

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