Claudio Xavier | Ativa Atelier Livre

Uma crítica à cultura do patriarcado, ao machismo e suas trágicas consequências, é o que permeia a obra do artista visual Claudio Xavier. Seja em pintura, bordado ou colagens, o trabalho impacta pela repetição do órgão sexual masculino em meio a notícias de jornal, pílulas de remédios e outras imagens. Selecionado em convocatória do Ativa Atelier Livre, Claudio Xavier abre sua primeira individual, intitulada Era estranho. Era?.

Professor e pesquisador da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Claudio Xavier é designer de formação e tem doutorado e pós-doutorado na área de comunicação. Era estranho. Era?  é sua primeira exposição individual e, como o nome sugere, traz a sensação de estranhamento do artista diante do universo ‘cisheteropatriarcal’. Na mostra, ele expõe sua forma de ser e estar no mundo e, principalmente, apresenta um posicionamento político, abordando o ‘poder falocêntrico’, ao mesmo tempo em que coloca em questão a delicadeza que existe no masculino.

Em seu trabalho, Claudio Xavier seleciona e interfere em notícias de jornais, repetindo a inserção de múltiplos pênis, enquanto também borda o órgão masculino com linhas, tecidos e bastidores. “Quando eu escolho o falo e repito várias vezes essa imagem é uma forma de mostrar a existência dessa cultura/poder de domínio e de autodestruição nos mais diferentes contextos (das notícias, por exemplo). Ao mesmo tempo, através de um falo bordado, eu quero também mostrar que é possível se apropriar e desconstruir essa imagem, revelar a existência de um ‘sensível’”, ressalta o artista.

“Claudio Xavier repete a forma fálica em exaustão. Repete até ficar diferente. A imagem e a relação com ela. Repete até extraí-la do lugar extraordinário, contraditório e, por vezes ameaçador, de seu imaginário, para colocá-la no mundo ordinário, comum. Na exposição Era estranho. Era? Xavier tensiona esse lugar da representação e do poder fálico“, ressalta a artista visual e coordenadora do Ativa, Lanussi Pasquali, que acompanha o trabalho de Claudio Xavier desde 2019.

 

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