O que pode conter um terreno baldio? De modo geral, um terreno baldio é visto como um espaço vazio, sem cultivo ou construção — um terreno vago. No entanto, se o observamos por outra perspectiva, o baldio se revela como um campo de possibilidades: vegetação abundante, espaço aberto, pronto para acolher. O que transforma o baldio em um lugar de abandono é a nossa ação — ao enchê-lo de entulhos e rejeitos, ao olhar com desprezo sua vegetação espontânea.
Nesta exposição, a proposta da artista Claudia Hamerski é enxergar o terreno baldio metaforicamente como um campo fértil de possibilidades; ver, na vegetação ruderal e espontânea que nasce nas fendas das cidades, um potencial de vida — um convite ao cultivo de novas percepções, novos diálogos, novas formas de ver, habitar e interagir com a paisagem urbana. Tendo o desenho como matéria de cultivo desses espaços e dessas novas abordagens, o baldio é o terreno vago na cidade, mas é pensado, metaforicamente, também como suporte: um espaço que espera e acolhe a ação da artista. É também a roda de conversa aberta ao diálogo e ao plantio de novos modos de ver e abordar a arte, a matéria do desenho e as concepções sobre o nosso modo de habitar as cidades. Assim, a artista nos apresenta outras propostas visuais — uma nova escala para esses locais abandonados, abrindo caminho para novas percepções e abordagens.
Serão apresentados na exposição desenhos de grandes dimensões sobre tecido e papel, instalações, vídeos e uma ação que a artista desenvolverá ao longo da mostra, convidando o público a acompanhar essa etapa do trabalho, que corresponde ao processo de criação. A exposição também conta com uma programação imersiva, na qual todos podem participar, mediante inscrição, através do contato do museu: museudaescola@udesc.br .
No dia 15 de outubro, acontecerá a oficina Entre Fendas e Frestas – O Desenho como Potência do Olhar, mediante inscrição. Já no dia 29 de novembro, a artista propõe uma conversa aberta com artistas e outros pesquisadores interessados no estudo da vegetação e na nossa relação com as plantas nas cidades. Inscreva-se para participar. Além disso, nas primeiras semanas da exposição, a artista estará no Museu trabalhando na instalação Terreno Baldio, e você poderá acompanhar esse processo e conversar com ela.


