Célia Euvaldo | Lemos de Sá Galeria

A Lemos de Sá Galeria inaugura a nova exposição individual da artista paulista Celia Euvaldo. Na terceira exposição da artista na galeria, serão apresentadas quatro pinturas inéditas de grandes dimensões. “As telas de Célia Euvaldo começam como uma presença física e ostensiva. Só que, evidentemente, não têm princípio, meio e fim. Nem um pouco narrativas, elas procuram sustentar ao máximo seu pleno aparecimento.” (Ronaldo Brito, 2018).

Celia Euvaldo formou-se em Comunicação Visual e fez licenciatura em Artes Plásticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mudou-se para Paris no início da década de 1980, onde estudou pintura e gravura, e participou de sua primeira exposição coletiva, no Salon de La Jeune Peinture, em 1985. Regressou ao Brasil no fim da década de 1980, onde passou a dedicar-se intensamente à sua pesquisa plástica e a participar de diversas mostras.

Em 1989, foi premiada no 11º Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte. Participou, entre outras exposições, da Bienal Internacional de Pintura de Cuenca (Equador, 2001) e da Bienal do Mercosul (2005). Realizou exposições individuais no Paço Imperial do Rio de Janeiro (1995, 1999 e 2015/16), na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006), no Museu de Gravura da Cidade de Curitiba (2011) e no Instituto Tomie Ohtake (2013), entre outras galerias e instituições. Suas obras fazem parte da coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu do Estado do Pará, da Pinacoteca de São Paulo e do Centro Cultural São Paulo.

O trabalho de Celia nos desafia por meio de um duplo exercício perceptivo ao utilizar o mais alto contraste: o preto cheio e o branco (aparentemente) vazio. Recentemente, o acréscimo de cores abertas, tal como o vermelho e o amarelo, surge como fatores extras de questionamento acerca das obras. O gesto e a matéria estão em constante negociação para revelar a máxima densidade poética com uma quantidade restrita de elementos.

A pintura de Celia Euvaldo nos exige um olhar atento, devido a sua formulação pictórica singular. A artista delimita seu território poético e domina sua prática com uma rigorosa disciplina estética, que une a intenção e a ação. A prática conflui o gesto, o suporte e a superfície em procedimentos restritos e diretos que criam texturas de densas camadas de tinta à óleo que nos evocam uma presença física.

“Os supostos acidentes menores, as incidências matérias fortuitas, a demandar um olhar próximo e inquisitivo, contam como fatores de inervação nessa pintura que não desiste de ativar uma percepção qualificada, transformadora de mundo.” (Ronaldo Brito, 2018).

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