A fotografia brasileira tem se renovado e ganhado novos representantes ao longo das últimas décadas. Nomes consagrados têm dividido espaço das galerias e museus com novos artistas que se expressam através de trabalhos de grande relevância poética. É o caso do fotógrafo e artista visual, Caique Cunha, que utiliza a fotografia como base de produção. Seus trabalhos exploram narrativas políticas e sociais através de um ponto de vista contemporâneo. Nesta individual, produzida pelo Studio Rico, Caique apresenta pouco mais de 50 fotografias, divididas em 8 séries, que estimulam o interlocutor a se desviar do significado etimológico e a se aproximar da possibilidade de entender a imagem fotográfica a partir do campo de reflexão filosófico.
Segundo os curadores da mostra, Greice Rosa e Marco Antonio Portela, Caique dispõe o espectador diante daquilo que chamamos de fotografia, mas, que na sua quase infinita possibilidade de construção e representação encontradas na contemporaneidade, ficamos confusos sobre o que vemos é realmente o que acreditamos ver. Esse trabalho não determina, não afirma, só sinaliza, nos provoca a refletir sobre o meio e sobre a forma. Caique apresenta trabalhos que nascem da fotografia, da impressão, da imagem técnica. Esse território está cada vez mais labiríntico porque abrange inúmeras novas possibilidades. Ele tem a consciência e a liberdade de transfigurar os meios na busca de uma complexa poética.
Contemplado no Retomada Cultural 2, Edital patrocinado pelo Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, o projeto cultural ganha corpo e forma, se materializando no que o artista considera um incentivo ao debate sobre a função da fotografia, admitindo-se simultaneamente sua atribuição como instrumento de registro e como agente criador da obra, onde assume sua materialidade no campo da arte contemporânea.