Luisa Strina abre sua programação de 2025 com as mostras individuais do brasileiro Caetano de Almeida e do colombiano Gabriel Sierra. As exposições entram em cartaz simultaneamente, propondo perguntas sobre temas como percepção, representação, materialidade e memória.
Caetano de Almeida mergulha na memória histórica e na tradição artística, inspirando-se em uma recente viagem a Roma. Com obras que dialogam com a arquitetura barroca e a cultura visual italiana, o artista cria labirintos pictóricos marcados pela ambiguidade e a ironia. Obras como “Loggia” (2024) e “Algicida” (2023) questionam a fixidez da forma e do tempo, desafiando as tradições ao propor um olhar crítico sobre a história da arte.
Segundo o crítico e pesquisador Mateus Nunes: “[As] obras de Caetano de Almeida incitam a habitar um espaço de entremeio, onde a matéria pictórica encontra a narrativa histórica, e a geometria, que então buscava ordenar o mundo, agora se dissolve em labirintos de percepções e ambiguidades”.
Em sua segunda exposição individual na galeria, Gabriel Sierra apresenta um conjunto inédito de obras que investigam a relação entre imagem e objeto, questionando onde reside a verdadeira substância de uma imagem: no objeto físico, na representação fotográfica ou na percepção do observador. Por meio de objetos, filmes e imagens, o artista explora os códigos visuais do cotidiano e do universo das artes visuais. Sua pesquisa sugere que a percepção da matéria e do mundo físico é inseparável da abstração da imaginação.
O título da mostra, que remete a múltiplos significados — desde uma falha estrutural na arquitetura até um conceito psicanalítico —, indica a complexidade de suas provocações. Sierra pergunta: “Uma imagem é uma imagem, assim como um objeto é um objeto. Mas poderia uma imagem ser um objeto, ou vice-versa?”.
Para Luisa Strina, as distintas exposições são complementares: “Gabriel Sierra nos convida a refletir sobre os limites entre o objeto e a imagem, enquanto Caetano de Almeida propõe um diálogo com a história da arte, subvertendo tradições para criar algo novo e instigante. Ambas reforçam o compromisso da galeria em expandir as possibilidades da arte contemporânea”.
No dia 15 de fevereiro, às 11h, o público poderá participar de uma visita guiada gratuita com Mateus Nunes, autor do texto da exposição de Caetano de Almeida.