Anotações à Margem | Remanso – Instituto Cultural

Remanso – Instituto Cultural abre no dia 1º de novembro, às 19h, exposição coletiva em homenagem a Oliveira Silveira, intelectual, professor, poeta e idealizador do Dia da Consciência Negra. Também participam artistas contemporâneos como Américo Souza, Cristina Rosa, Crystom Afronário, Estevão da Fontoura, Maria Lídia Magliani, Pâmela Zorn, Thiago Madruga e Wagner Mello. Intitulada Anotações à Margem, a abertura acontece na sede da Remanso, na rua Santo Antônio, 366, Bairro Independência. A curadoria é de Caroline Ferreira e Sátira Machado.

A exposição Anotações à Margem convida o público a conhecer a trajetória de Oliveira Silveira, um dos idealizadores do 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que, em 2024, será celebrado pela primeira vez como feriado nacional. A data emblemática remonta à iniciativa de Silveira nos anos 70, quando, ao lado do Grupo Palmares, propôs a comemoração da data como dia de protagonismo negro em contraposição ao 13 de maio, dia da abolição da escravatura.

O título Anotações à Margem toma emprestado o nome de um dos livros do escritor que apresenta poemas escritos ao longo de quase três décadas (1967-1994). Os registros, manuscritos, desenhos e recortes compõem parte da exposição, que estabelece um diálogo com as artes visuais e obras de artistas contemporâneos cujas pesquisas se alinham às de Oliveira, como o professor e artista Estêvão da Fontoura (Porto Alegre, 1977), que apresenta uma atualização de sua obra Quadro Negro. Após completar 10 anos de sua concepção inicial, esta obra de Estêvão da Fontoura comunica dados sobre a população negra brasileira através de giz em uma lousa. 

A mostra se organiza em torno de três perspectivas principais. A Página: um espaço de produção intelectual que apresenta notas e registros revelando o universo íntimo do poeta. À Margem: eixo que destaca o lugar historicamente relegado à população negra no Brasil e no Rio Grande do Sul, abordando os movimentos de resistência e o pensamento crítico dos artistas e intelectuais negros. O Rio: representa a relação entre o território e a população negra, tanto em termos de desafios e conflitos quanto como um símbolo da passagem do tempo. 

Imagem: Pâmela Zorn, O que parece óbvio para alguns, não é para mim, 2024. Acrílica sobre tela. Foto: Pâmela Zorn.

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