ANDRÉ TIETZMANN | GALERIA 18

No dia 16 de abril, abre na 18 a exposição individual “Três tempos” do artista André Tietzmann com curadoria de Danilo Oliveira. Com mais de 30 pinturas, a mostra propõe uma discussão sobre a arte contemporânea e suas rupturas com a tradição acadêmica, por meio de obras que partem para uma nova tradição moderna.

“Três tempos” engloba diferentes partes do processo criativo do artista, como paisagens, pinturas eróticas e até cenas mais sombrias, expostas entre os diferentes andares da galeria. Em suas obras é possível observar que sua prática é majoritariamente fiel aos ensinamentos acadêmicos contrapondo com cores exageradas e as formas corporais retratadas.

Nas paisagens da exposição, prevalece o uso da cor. André ao mudar da cidade grande para o litoral na busca de um maior isolamento, incorporou esse ambiente em seu trabalho, utilizando cores fortes e sua simbologia na criação das obras, ao invés da sua representação realista. A prática de observação ao ar livre lhe deu a oportunidade de experimentar a luz e a ação da pintura em um campo de invenção cromática.

Em suas pinturas eróticas, o uso da cor é também muito predominante e aparece extremamente forte e deslocada da realidade. Com obras focadas no exagero, os corpos apresentados partem de uma inspiração barroca, excessivamente contorcidos em êxtase e violência, expressando uma ambiguidade sexual por meio de suas expressões faciais.

Em sua mais nova fase, que apresenta cenas de um momento social e emocional em tom apocalíptico, os seres são retratados sozinhos e perdidos. Em preto e branco, essas obras se opõem em coloração ao resto da exposição, com uma técnica mais complexa voltada para a luz, sombra e espaço. Como um memento-mori de corpos vivos, é expresso um estado de desamparo e finitude, parecendo assim estátuas que saem de seus pedestais para uma última dança.

A mostra “Três tempos” demonstra, tanto através da sua experimentação cromática quanto técnicas e tema, parte do intuito da trajetória de André Tietzmann: meios de romper com a tradição acadêmica artística.

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