Desmedidas | Espaço Cultural BNDES

O artificial e o real. O original e a cópia. A verdade e a mentira. O inventado e o concreto. A imagem e seu reflexo. Em vez de se repelirem e se oporem, conceitos que se encontram e se fundem. No lugar da dicotomia, diálogos. Arquitetura e paisagem se misturam e se confundem na exposição Desmedidas, em cartaz no Espaço Cultural BNDES, no Rio de Janeiro, a partir do dia 14 de dezembro
Concebida especialmente para a Galeria do Espaço Cultural BNDES, em um prédio que é considerado um dos marcos da aquitetura carioca da segunda metade do século 20, Desmedidas tem curadoria de Felipe Scovino e traz obras de Amália Giacomini, Eduardo Coimbra e Artur Lescher. A partir da relação do curador e dos artistas com o espaço, uma paisagem é inventada, um lugar é revelado, uma realidade surge.
A relação entre a urbanidade do prédio do Banco, estrutura vertical que conquista e ocupa seu espaço no Centro da cidade, e a falta de conexão da galeria com a paisagem e seu entorno – mesmo sendo parte integrante dele -, foram o ponto de partida para a concepção da exposição.
“A partir dessas duas questões centrais – arquitetura e paisagem – que se articulam decisivamente com a arte contemporânea, os três artistas criaram a ideia de uma paisagem inventada ou a aparição de um lugar”, explica Scovino. “De alguma forma, como arquitetos sem precisão, eles trazem uma paisagem desmedida para dentro do cubo branco, o espaço sagrado da galeria”.
Nesta reflexão, os dois mundos – dentro e fora – podem dialogar. No entanto, a conversa parte de uma invenção, de um questionamento do que é real e do que é imaginário. “A ideia é brincar com o olhar do espectador, instiga-lo a buscar diferentes prismas, ver de diferentes formas o mesmo objeto”, propõe o curador.
Dentro desta proposta, o convite é feito: o visitante pode apreciar as obras a partir do mezanino: de cima, a perspectiva é outra. Assim, como o prédio, a exposição é verticalizada, é apreciada sob outro ponto de vista, sai do chão, vai para o céu. É como se, com suas obras, os artistas quisessem mensurar o infinito. Atingir o impossível com suas grades, nuvens, pêndulos, monilitos, torres e cubos.

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